segunda-feira, maio 28, 2007

 

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Bom, vamos seguindo. Acho que é evidente que passamos da fase da auto-ilusão de que o "um, dois" vai voltar, então voltamos a nossa programação normal. O blog fala sobre tudo, etc, deu.

Tempo para comentar a última convocação da seleção, não a dos amistosos, pq essa eu relevo em todas suas particularidades, amistoso tá aí pra tudo isso mesmo.

Mas os 34 pré-convocados (a lista final sai depois do último amistoso) que devem ir a Copa América são ainda mais surreais. Sou 100% contra a argumentação de alguns, de que se é para fazer testes com novos jogadores, que se faça com os tantos destaques locais que surgem no nosso campeonato - acho que se testa o jogador que ao técnico interessa. Acho que essa visão está errando o alvo, se baseando na idéia de que o jogador se valoriza lá fora. Não deixa de ser verdade que certos jogadores só são notados tardiamente, mas não restam dúvidas que em certos casos, como o do Cicinho por exemplo, o jogador era muito mais unanimidade enquanto atuava no Brasil do que fora. Eu não sei mesmo o que faz do Bruno inferior ao Diego do Atlético-MG, alias, eu não sei nem o que faz do Fábio Costa inferior a ele, ou o Flávio do Paraná... São critérios estranhos, inexplicáveis, que levam jogadores bizarríssimos a seleção.

É fato que se esteja estabilizando um trabalho com jogadores jovens, visando Pequim 2008. Titulares goleiros nos times da série A que completam 23 anos em 2008: Guilherme (CAP), Julio César (Botafogo), Renan (Inter) e o Diego do Atlético-MG. Esse teste com o Diego pode até ter sentido, mas aquele com o Cássio, goleiro do Grêmio e da seleção sub-20, não faz nexo qualquer. No começo do ano ele foi bem pelo sulamericano sub-20, mas nada de outro mundo. Desde então, tem sido apenas o quarto goleiro do Grêmio. Veja bem: quarto. Além do titular Saja e de Gallato (titular na campanha da série B), Marcelo Grohê se encontra - nascido em 1987, ou seja, tão ou mais elegível que Cássio, e com uma temporada como titular do Grêmio no currículo. Não acho que esse cara mereça qualquer atenção, mas o Cássio muito menos. Renan e Julio César com certeza merecem atenção enquanto possíveis goleiros olímpicos. O Diego, tomara, também. Desconheço com precisão a regra (vou averiguar o assunto) das Olímpiadas, mas caso o jogador complete 24 anos apenas depois das Olímpiadas e possa jogar, ainda teria o Bruno como elegível.

E veja bem: bizarro não é desconhecido. O Morais na seleção só é bizarro. Se quer o melhor do Vasco é. E o pior: é um retorno, pq fora chamado pelo Dunga lá no começo. Surreal mesmo: faz dois gols num jogo e no dia seguinte está na seleção de novo!

Em vez de testar vários laterais, o Dunga deveria pensar melhor em como faze-los funcionar. Pq está cada vez mais claro que o que a gente concebe como lateral, não é aquilo que os europeus concebem como laterais. Assim, quando eles não se tornam meias (caso cada vez mais freqüente), jogam como o Daniel Alves, com três outros companheiros de defesa plantados. Para seguir nesse exemplo, quando o Adriano chegou no Sevilla, ele também seria lateral, como foi nas mãos de Dunga. Mas com Daniel Alves na direita, o Adriano foi se tornar meia pela esquerda, pq os dois juntos era inconcebível. Belleti é o inverso, o volante transformado em lateral justamente pela marcação ainda no Brasil, pelo Muricy. Os laterais meias também não são privilégios europeus, tem o Felipe, o Gilberto que na seleção joga de lateral mas no São Caetano já era o mesmo meia que é no Herhta. Exemplo tosco também vale: Fábio Baiano. O Anderson, hoje no Porto, e também convocado, era lateral-esquerdo nos juniors, quem viu e puxou pro meio foi o Cuca. Quando estava no São Pauo, o próprio Cuca colocou o Cicinho como armador do time, mesmo jogando com ele pela ala. Outra: basta ver como so volantes mudam lá. Julio Baptista é caso radical, mas Simplicio, Gilberto Silva, Emerson, são todos figuras que estão surgindo como eficiência na frente, sempre que possível. Aqui, quando no 4-4-2, jamais saíriam do lugar (o Emerson no Grêmio era basicamente armador). A saída local é o esquema em queda na Europa: o 3-5-2. Assim, um Mineiro pode se firmar como arma surpresa, Léo Moura e outros laterais que atuam do meio pra frente seguem existindo.

Não há muito como chegar a conclusão qualquer nesse assunto. Mas creio que não é a solução escalar como lateral um jogador que não é lateral há algum tempo como o Gilberto, e pôr do outro lado pontas como Cicinho ou Daniel Alves. Nenhum dos dois vai acabar se saindo tão bem quanto poderia, e nme os nossos volantes terão espaço pra trabalhar que mereciam, num desperdício de talento.

Um dia eu organizo isso tudo.
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