terça-feira, janeiro 30, 2007

 

Alan Pierre, o Ryan O'Reilly do BBB




Nestes tempos parados deste blog, colocarei pra funcionar minha capacidade de misturar assuntos. Vou unir a ala dos que assistem ao BBB, e aos que assistem Oz. O'Reilly é um dos personagens mais carismáticos que já vi na TV, e sua jornada em Oz até aqui é marcada por sua inteligência e capacidade de jogar com as pessoas. Ryan faz com que uns irrompam contra os outros com pequenas conversas, e sem sujar as mãos está sempre vendo o sangue rolar. Nem todas as jogadas de Ryan vingam, ao menos por completo, o que é natural de seu jogo. Quem é inimigo ou parceiro de Ryan muda de ocasião para ocasião, de acordo com o momento das coisas em Emerald City.


Alan Pierre não causou rios de sangue (não sei nem se jamais intencionou), até pq deixará o BBB esta noite. Mas rendeu ao programa, em seu curto período dentro da casa, uma promessa de um jogador com a astúcia de Ryan O'Reilly. A situação máxima pode ser vista na edição de domingo do BBB, e ocorreu na madrugada de sábado. Ao lado de seus amigos mais próximos na casa, aqueles com quem convive mais, Alan Pierre foi 100% sincero sobre seu voto na noite seguinte, dizendo que iria em Alberto, que ele era sua pessoa agora. Normal até aí, tirando não ser comum se espalhar os votos, mas OK. Mas, mostrando sua já notada faceta ala Ryan, Alan foi até um já mais pra lá do que pra cá Felipe, o grosseirão que diz sem medo suas opiniões e preconceitos, provavelmente pela consciência de que ao sair de lá retornará a sua rotina (é top no país no seu esporte) - e também o único participante da casa que nutre de uma rejeição surreal aqui fora.

Com ele, Alan Pierre fez juras de amizade, disseram que foi uma amizade à primeira vista (!), etc. Alan lhe disse que achava que ele estava certo em votar em Iris por não gostar dela, e que mesmo ele adorando ela achava isso normal e que era direito dele. Com isso, iniciou-se a conversa que mais foi mostrada na edição de domingo. Felipe convidou Alan a se juntar nos votos a Iris (junto de seu amigo Bruno), pra garantir ela no paredão - sem jamais, JAMAIS dizer sim, ou não, ou mesmo abrir seu voto (à esta pergunta ele respondeu com segundos de silêncio), Alan Pierre mostrou sua capacidade de jogador, se manteve na conversa, não saiu correndo covardemente, ao contrário, cavou mais. Felipe, tendo o voto de Alberto em Iris sabido, visava mais duas pessoas, para garantir a ida de sua nemesis pro paredão. Sem mencionar que pretendia votar em um dos membros que votariam nela, ele nunca se juntou, mas nunca negou, simplesmente esteve lá. Tal qual um membro de uma das facções de Oz estar participando da mais fechada das reuniões de outra. Atiçou Airton a dizer seu voto - ele também iria em Iris. Mas verdade seja dita, foi mostrado claramente que nada teve a ver com a conversa seu voto, que ele mesmo disse que não era por eles que votaria. Mas em todo caso, Alan Pierre conseguiu ao mesmo tempo fazer parte de uma panela de votos, sendo sabido que não votaria com ela e ainda votar em uma pessoa da panela, liberou seu voto para seu único amigo 100% na casa (o Bruno, que seguiu o voto no domingo, seja por isso ou não), garantiu alianças para o futuro, tudo isso sem jamais mentir, trair ou render um material verdadeiramente negativo sobre sua pessoa. É o jogador perfeito. Para seu azar, mesmo sem se unir ao Felipe, Iris somou votos suficientes e é sua adversária no paredão. Alan deve ter consciência de seu destino nessa noite. Sabe bem da popularidade que ela tem, antes de ela pôr em risco parte dela com algumas apelações que fez desde a indicação (o que só configura que ela é mesmo sem auto-estima). Mas, sem mais: não torço por ele, mas que fará uma falta ver suas jogadas...

quarta-feira, janeiro 17, 2007

 

Lista de melhores


Tô aguardando um pouco mais pra postar a minha lista com os melhores de 2006, minha idéia era fazer um Top 20, pra diferenciar um pouco daqueles que aparecem nas revistas em que escrevo (Contracampo e Paisà, ambos na próxima edição). E pra 20 eu gostaria de ver mais alguns filmes que ficaram pelo caminho, que eu não prevejo candidatos ao top 10 (embora possa acontecer), mas que quem sabem apareçam entre os 20. Não sei mesmo se chegam lá, mas queria dar uma chance. Mas correrei com isso, ou daqui a pouco estará meio sem sentido posta-la.

sábado, janeiro 13, 2007

 

Miami Vice


Foram realmente poucos os textos lidos a respeito deste filme que adicionavam ou discutiam alguma coisa relevante a seu respeito. Talvez num encantamento tardio pelo trabalho mais esteta de Michael Mann, sempre presente. Ou por qualquer outra razão. Acho que o talento esteta do Mann é mais do que evidente, mas tão evidente que por isso mesmo algo focado apenas nisso tem pouca condição de render algo de interesse. Não serei eu que desfarei a maldição, até pq não me vejo em condições disto, tendo visto ele apenas uma vez e em DVD. Mas como alguém que se interessa demais pelo cineasta em questão, não posso deixar de registrar algumas rápidas e diretas observações. A primeira, algo que destaca (para bem ou mal) o filme na carreira dele: um trabalho notadamente diferente com os atores. Por mais focado na imagem que seus filmes sejam, eles sempre foram filmes de atores, em sua essência. Um exemplo fácil (e preguiçoso) é olhar as atuações de Jamie Foxx em Colateral e MV, a forma como eles desenvolvem os personagens em cada um dos filmes. Foxx é um cara over na essência, e parece o ator mais contido do mundo no Miami Vice. Curiosamente, eu prefiro ele no MV, mas isso deve ter a ver com uma preferência pessoal por um estilo de atuação.
Outra rápida nota, seria a respeito do som (falo da trilha incidental em si mesmo). Tão ou mais importante que as imagens na criação da atmosfera sensacional que povoa o filme. O casamento de tudo isso na montagem vai gerar um filme quase surreal, incrível (o Cruno dirá que cósmico, hehe).

domingo, janeiro 07, 2007

 

Foi um post sobre Tobe Hooper


Tinha escrito um post sobre o episódio do Tobe Hooper na nova temporada de Masters of Horror, mas o IE travou e levou consigo o texto. Como sou convictamente preguiçoso, só vou resumir. Eu dizia que depois de anos seguindo qualquer coisa que o homem fizesse, escrevi até um texto pra Contra sobre um dos filmes recentes (um de seus mais dignos), apesar desse novo The Damned Thing ser um pouco mais decente que o do ano passado (Dance of the Dead), eu honestamente não tenho mais saco para ele. O do ano passado era um horror, o desse ano é um horror com umas cenas mais decentemente filmadas, e é só. Olha que eu seguia sem medo The Mangler e coisas do tipo, mas o negócio chegou num nível muito estranho. É engraçado pq o Toolbox Murders, sobre qual eu fiz o texto, era um filme quase de expurgar as idéias que não deram tão certo, e isso foi a quatro anos atrás. Baseando nesse dois últimos, dá a impressão que ele simplesmente já não tem mais saco ou interesse em fazer um filme de forma empenhada. E olha que The Damned Thing até tem uma história decente, que vira uma massaroca na mão dele.

sexta-feira, janeiro 05, 2007

 

quase lá


Agora os problemas ocorrem no blog-irmão... Um mistério isso, pq a codificação de texto do meu IE é o que está atualmente rolando aqui, mas o que está lá no outro blog e rolava aqui antes nunca deu qualquer problema no meu PC, mas ocorria em alguns outros. Não entendo como isso funciona. O fato é: terei de passar pelo mesmo processo lá, salvar os textos, e repostar as coisas depois da mudança, ou ele destrói os acentos.

A barra lateral aqui têm explicação: parte dos links eu fiz no Dreamweaver eras atrás, o programa sempre arruma os acentos de forma que não existe o risco de dar erro.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

 

Codificação


Sérgio comentou, o Bruno já tinha comentado, e cheguei a conclusão que algo devia estar errado com a codificação em que o blog estava sendo publicado (vinha em Unicode, e deixei assim). Fui ao Free as a Weird ver como as coisas funcionavam lá, e a codificação era outra, mudei agora. Vamos ver como fica.

Estranho. Agora os outros posts - menos este - ficam com os acentos detonados aqui em casa. E a lateral também. Sendo que é o mesmo do free as a weird, muito estranho.

Terceiro edit no post: num destes mistérios da natureza computadorizada, no um-dois (e outros) a mudança não surtiu nenhum efeito. Aqui ficava destruído os acentos, sempre. Resultado: refiz todos os posts (menos o de Oz, que por ser escrito no Dreamweaver vinha com a codificação perfeita), ajeitando os acentos, e parece que está perfeito. Se alguém tiver problemas, informe.
 

Vôo 93


Taí­ algo que eu nunca imaginei que fosse acontecer: gostar de um filme do Paul Greengrass. Não adorei nem nada, mas me parece que ele finalmente encontrou nesse filme uma solução pro estilo que criou pra si. Pq o treme treme do Greengrass não é nem nunca foi de ser feito na mão, é artificial mesmo. Acho que nesse filme ele finalmente articulou esse estilo em algum tipo de mise-en-scene, deu algum sentido a ele. Em alguns momentos segue ainda sendo francamente irritante, mas nos melhores ele finalmente faz dele um razão de ser no filme. Gosto também de como o filme lida com tantos mitos em torno do que ele encenaria, é um filme bastante inteligente do ponto de vista histórico, apesar de em um momento ou outro escorregar pra um sentimentalismo que trava o filme em um de seus momentos mais importantes. O que impede ele de ser realmente muito bom é que no climax do filme, o cara confunde o crescimento da tensão com um encadeamento de planos onde não existe qualquer sentido espacial, um tremendo desperdicio daquele espaço claustrofóbico.
 

filmes de dezembro


Sim, a tradição retorna. Meio torta, pq não ando anotando direito os filmes que estou vendo, o que prometo corrigir. Até pq depois de eras anotando tudo, desperdiçar todo esse trabalho é fim de linha.

Alex Rider Contra o Tempo, de Geoffrey Sax - bola (Espaço Unibanco 1)
Happy Feet, de George Miller - *** (Metrô Santa Cruz)
Pulse, de Jim Sonzero - * (Metrô Santa Cruz)
Cassino Royale, de Martin Campbell - ** (Arteplex 2)
Flags of Our Fathers, de Clint Eastwood - **** (Arteplex 2)
American Dreamz, de Paul Weitz - * (DVD)
Sem Licença para Dirgir, de Greg Beeman - ** (Globo)
You, Me and Dupree, de Joe & Anthony Russo - * (DVD)
Seres Rastejantes, de James Gunn - ** (DVD)

Obs.: o Windows pediu pra atualizar e agora uso o IE 7 - tá uma cópia descarada do Firefox... Mas funcionando bem, então tá valendo.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

 

2006 já era


2006 foi um ano misterioso em termos de cinema. A grande maioria das pessoas tem aclamado como um do melhores deste século em termos de estréias. É verdade que tivemos alguns marcos importantes em nosso circuito: Garrel chegando ao Brasil, Manoel estreiando com um filme menos popular, e nem precisou ser pelo Cakoff. Imovision se firmando em termos de lançar os franceses, e chegando ao Rio agora, o que quando ocorria, era com considerável atraso.

Tudo isso é muito legal e marcante. O Garrel principalmente, mas ele não sairia sem a Imovision, então no fundo é um pacote só. Mas eu não consigo ver o ano como realmente relevante em termos de quantidade de estréias. Nunca contei nos dedos de uma mão os filmes que eu tenho certeza que teriam de estar no meu top 10, e olha que nem foi a mão inteira, hehe. A listinha da Contracampo ainda ganhará reforço, pois Familia Rodante e Reis e Rainha só entraram no Rio este ano - Desplechin disputa vagas finais, não sei se entra (não fiz a lista ainda). É dureza. Além da escassez dos filmassos, houveram também as decepções em larga escala com filmes aguardados de alguns cineastas prediletivos, como Os Infiltrados, O Labirinto do Fauno, Fast Food Nation (tá certo, não é circuito, mas a decepção é de 2006), Sabor da Melancia (OK, esse é o contrário, visto em 2005, e é sacanegem já que Tsai já deu sua resposta em alto estilo).

Não acho um ano ruim. Nenhum ano de Amantes Constantes pode ser ruim. Mas como eu disse no Free as a Weird, na época que vi o filme, nem somando todos os outros filmes do ano a gente tem um Amantes Constantes. É um elogio ao filme, mais do que uma critica aos outros. Mas em temporada de listinhas, dá vontade de dizer o contrário.

Feliz 2007 pra todo mundo